Sobre mim
Apontamentos de quem não gosta de escrever sobre si. Porque o que importa, afinal, não sou eu. Mas o que fica para lá de mim.
Nasci na Guarda. Cresci entre a Beira e o Algarve, entre pais e avós, irmã, entre uma casa fria e outra pingada de maresia.
Desfiz-me e fiz-me, em Braga e Lisboa. Parti. Descobri-me longe, cidadã de um planeta ferido, assustado, esventrado. Colômbia, Afeganistão, Sri Lanka. Regressei aos poucos, nunca mais sozinha, nunca mais parada, nunca mais daqui, nem dali. A dois, vivi na Finlândia e em Moçambique. A quatro, parti para a Austrália e tropecei na Malásia.
Cooperante internacional, fisioterapeuta, escritora. Mãe, esposa, amiga, pessoa. Partida e repartida, pelo mundo, por casa incerta.
Feliz de ser assim, de estar viva, de fazer palavras dos dias que me ficaram.
Feliz de que haja ainda quem leia e quem teime em escrever.

Pedaços da minha vida ficam nas crónicas que escrevo. Nesta, sobre Braga. Nesta, sobre viver além fronteiras. Nesta, sobre juntar as minhas duas profissões antes da escrita ⏤ a fisioterapia e os direitos humanos ⏤ trabalhando como voluntária numa casa de convalescença para refugiados, numa aldeia da Malásia. Ou esta, sobre a senhora Filipina que trabalhou connosco três anos.
Tenho dois romances de ficção publicados. O primeiro, No País do foi publicado pela Página a Página e pode ler sobre ele aqui. O Segundo, A Menina Invisível, foi publicado pela Guerra e Paz, e pode ler sobre ele aqui.
Outras leituras
Uma obra sobre a fragilidade humana e a imprudência de a esquecer. Sobre erros, consequências e a (im)possibilidade do perdão.
E se, impotente perante a violência, uma menina entrasse tão dentro do corpo, que desaparecesse nele?
Relatos da Malásia, de viagens, do processo de escrita, de trabalho com refugiados. Episódios da minha vida e da vida dos que por mim passam.