Uma primeira entrevista

No País do Silêncio está finalmente à venda. O lançamento é feito aqui, na Festa em Linha dos Livros Desalinhados. Como não posso estar no lançamento, porque a pandemia não me deixa viajar, sou, de má vontade, uma participante à distância. Felizmente, aprendemos alguma coisa nestes longos meses de isolamento: a estar mais próximos na distância. Não estando ao vivo, estou no ecrã.

Esta é a conversa gravada com a Sónia Ribeiro, da Página a Página. Falo do livro e das ideias que lá estão. Não ficou tudo dito, porque nunca fica, mas essencialmente porque é a minha primeira entrevista nestas lides. Tinha muita coisa a dizer que não disse, meio atabalhoada por me ver com tanto espaço para ser ouvida. Normalmente sofro pela compressão das ideias, mas aqui sofri pela vastidão do espaço que me foi dado e elas, comigo assim, minguaram, olharam assustadas, deram em ver-se pequenas quando geralmente se acham grandes. Espero que não tenham, na desarticulação, perdido verdade.

A escrita é um acto solitário. Durante muito tempo, estórias e personagens foram só meus. Ideias e propósitos também. Deixaram hoje de ser. Estão aí, ao alcance de todos. Contente e grata, muito grata à Página a Página, que se quebre o silêncio.

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